quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Quando tudo começou...

Há uns dez anos atrás comecei a me envolver pelo Espiritismo por causa da convivência com a família de minha esposa. A alegria e o sentimento fraterno que irradiava daquela família era algo que me tocava a alma. E foi na leitura dos livros espíritas espalhados pela casa que fui compreendendo o motivo de tanta fraternidade.

O meu gosto pela leitura colaborou bastante para que eu logo compreendesse a base da doutrina deixada pelo mestre Allan Kardec. De forma introvertida eu ficava processando as idéias contidas naquelas obras. E me sentia maravilhado pela forma simples, coerente e clara na exposição das mais importantes questões da vida.

A minha evolução no conhecimento dos princípios espíritas me indicavam que estava na hora de começar a aprofundar e conhecer melhor a história do Espiritismo e o nosso movimento espírita. Ainda em ascensão a Internet ia se mostrando um ótimo canal de informação e de comunicação. Tive acesso a muitos sites espíritas e iniciava a minha participação em listas de debates espíritas.

Não deveria ter ido com muita sede ao pote pois o contato com pessoas e idéias aparentemente estranhas ao belo Espiritismo proposto por Allan Kardec me deixava atônito. Não conseguia compreender como espíritas poderiam se digladiar na defesa de seus pontos de vistas e ter total falta de amor ao próximo como bem ensinou Jesus e sancionou Kardec.

A decepção com parte dos espíritas e a falta de estrutura psicológica me abalaram profundamente a ponto de abondanar por anos o estudo do Espiritismo. E foi recentemente que de novo fui tocado pela força e pela sabedoria dos ensinamentos mais singelos da doutrina do Amor. Desde então voltei mais disposto a contribuir para uma volta às bases espirituais de onde o verdadeiro sentido da vida resplandece.

A minha caminhada continuou nas listas de debates espíritas e no contato pessoal com espíritas da casa que frequento em minha cidade. É interessante que as coisas não pareciam ter mudado. As pessoas continuavam discutindo pelas mesmas coisas e tomando sempre as mesmas atitudes.
O meu diagnóstico era que faltava consciência crítica que permitisse aos espíritas uma maior reflexão sobre os ensinamentos e uma maior compreensão da nossa realidade.

A obra de Kardec propõe e estimula o livre pensamento. Não era a intenção criar uma nova bíblia que amarrasse o conhecimento e impedisse o florescimento de novas idéias. A postura diante da chamada codificação tem sido de submissão e tem levado muitos amigos a se odiarem porque um não compreende da mesma forma que o outro. O respeito às crenças tem sido deixada de lado e pouco se tem feito para o entendimento das partes.

Daí surge o presente trabalho cujo principal objetivo é o de demonstrar que a liberdade de consciência é a chave para um maior desenvolvimento e disseminação das idéias espíritas. É preciso tomar coragem para colocar os princípios no caldeirão das hipóteses e reconhcer que toda forma de pensar vale a pena.

Assim, avante!

Um comentário:

Alexandre disse...

Caro Vital,

Sua iniciativa através deste blog é sem dúvida um passo importante para um maior esclarecimento de todos nós espíritas a respeito do LE. Eu mesmo não tive ainda a oportunidade de conhecer a 1a edição do LE e certamente me beneficiarei dos estudos publicados no blog.

Somos gratos pelo seu esforço!

Que os bons Espíritos iluminem o seu trabalho.

Um abraço,
Alexandre Fontes da Fonseca